sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Um dia eu quero seguir os balões!



As vezes olhamos para o nosso lado e enxergamos muitas pessoas, de todos os tipos, uma multidão. Não é assim que acontece quando estamos na estação de metrô, no shopping center, numa rua do centro de São Paulo, no trabalho? O curioso é que só conseguimos enxergar essas pessoas, elas estão lá, em movimento, se expressando, como que de alguma forma alguém estivesse olhando por elas, elas estão ali. E sabendo que elas estão ali, não conseguimos sentir, não as entendemos. Por alguns segundos de tempo, com tantas presenças, parece que estamos sós. Quem um dia se perguntou será que essas pessoas existem mesmo? Ou, será que sou eu que existo para elas? Elas são tão mecânicas no agir, em gestos e atitudes, e eu sou tão humana, elas não poderiam ser humanas, assim como eu. 
Dá uma vontade tremenda de correr, gritar, rasgar por dentro, fazer o que dá na telha. Por alguns milésimos de segundos nos desligamos desse mundo e sentimos uma imensa vontade de viver o nosso mundo, então imaginamos como seria: a nossa música preferida de trilha sonora, uma bicicleta, balões voando num céu colorido com o arco-íris. Poderíamos chorar sem dor, pois o choro perderia o seu significado de tristeza, poderíamos sorrir por nada (sorrir por nada deve ser bom pra caramba!) E nada mais nos faltaria. A vontade enorme de não ter necessidade. Quantas vezes me perguntei por que tanta necessidade na vida...Há necessidade.  Com uma cara de apressada, ela está ali também, no meio daquelas pessoas, que não são pessoas, se tornaram objetos à nossa volta. Então a necessidade nos traz de volta a realidade, e continuamos em frente...Um dia eu quero seguir os balões!